segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cúpula De Circo.

A perda de objetos, pessoas ou simplesmente lábios. Não era fácil sentar em um banco e simplesmente fingir que não havia nada com que se preocupar, mas parecia limpo. Ninguém vê ninguém ouve ninguém se importa. Não passa de uma influencia estética aos pés de galhos secos, só um pouco diferente. Sua cúpula lembrava fast-food's, aberta 24hrs por dia, todos entram e saem com passos leves e gananciosos. A culpa não é de ninguém, quase de ninguém. Era um observar de longe para facilmente perceber o quanto era fraca, leve e bonita. Ainda que seus olhos estivessem úmidos, ainda que suas mãos tremessem em volta de seus joelhos, ainda que nada despertasse os pensamentos de seu inferno particular, era bonita. Não houve mudança de humor, as gotas geladas atingiram suas roupas e molharam seus lindos e macios cachos, misturadas inteiramente com toda dor e sofrimento, disfarçados em lágrimas. Alguns dias mais, ela já não estava lá, pela primeira vez ela não estava lá. "Deve ter enlouquecido, morrido ou até superado". Algumas pessoas não lidam bem com a morte, ou talvez não seja a morte que a esteja incomodando. Resolveu fechar sua cúpula, Perfeição egoísta. Não foi fácil se acostumarem, era tão bom, tão relaxante e tão excitante que foram capazes de criar rachaduras nas tentativas de se incluírem em todos os seus pensamentos, Garota, Imã, Boneco. Mas ela tinha vida, tinha sentimentos e um resto de força muscular para sorrir. E o desejo insano, de todos, foi capaz de acabar com sua particularidade, vida e esperança. Menina não culpe os outros, Foi você quem os acostumou, assim, tão incluídos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Regresse.

Eu queria que você ainda estivesse aqui comigo, por que fui perceber isso tão tarde? Todos os momentos que com você vivi, passam pela minha mente como um filme, só que em câmera lenta. O que me chama mais atenção e me faz sentir saudades é a tua voz, que antes era tão doce e pura e hoje quando ainda tenho o prazer de ouvi-la é num tom grosso e seco, pedindo para que eu me afaste.. Quando o que eu mais quero é beijar seus lábios que têm gosto de mel e senti-los deslizando pelo meu corpo macio e quente, como da última vez..

terça-feira, 23 de março de 2010

Desafetação.

Depois de uma pequena e indiferente discussão, prometeu ligar para ela. Inocente, ela acreditou. Aguardou ansiosamente sua ligação.
Caminhava pausadamente pela sala, algumas vezes aproximou de seu aparelho telefônico, confirmando sua rede. Esboçava sorrisos entre o mesmo. Procurando-se manter fiel a espera de sua ligação. O que já era dia se transformou em noite, uma noite fria, não igual às de dias atrás. Coerente ao momento, começou a ficar tensa. Sem conseguir se controlar, rapidamente se jogou ao sofá, puxando sua bolsa, retirando sua carteira de cigarros, adentrou novamente sua mão na mesma, buscando encontrar seu isqueiro. Obtendo resposta, puxo-o bruscamente, acendendo-o. Tragou deliciosamente. Respirou fundo, olhando mais uma vez para o aparelho, soltou levemente aquele resto de fumaça. Levantou-se, voltando a se aproximar do aparelho, transferindo sua rede para o aparelho do quarto. Abandonando aquele local, caminhou até seu quarto, abandonando também seu cigarro. Deitou sobre a cama, passou sua mão em seu criado mudo, puxando o aparelho, posicionando-o sobre a cama. Mantendo seu olhar fixo, desviava algumas vezes para o relógio de parede. Segundos, minutos... horas se passaram. Sua mente cansada, adormece. Sem que ele se esforçasse o bastante, formara apenas um conceito: Ele só era vulgar e comum.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Delírio

Sentimento vago, quando outra mão toca todo seu corpo, quando outra boca brinca com os contornos de seu rosto, a mente vaga percorre, solitária em busca de resposta. Não obtive escolha, criei pedágio em cada curva do seu monumento, quantia alta que atormenta qualquer um que vem lhe visitar. Perdoa-me por tanta insanidade, de criar caminhos secretos, que obedecem a passos incertos, tortos, que só eu sei por aonde ir, onde pisar. Sou uma bandida, uma seqüestradora que pede resgate toda vez que perde os sentidos, seqüestrei seus desejos mais lascivos, quando um beijo tenta roubar de ti. Não entendo por que fiz isso, talvez fosse por mero capricho, momento de puro delírio, insanidade, loucura ou apenas uma forma de lhe magoar o mais profundamente possível. Mas os cantos das costas ainda mostram o rabisco, as marcas das suas unhas, que a pele exposta sofreu em meio ao seu delírio, seu nome marcado a dentes nos ombros demonstram, que sempre pertencerei ao seu paladar.

Lembrança.

Estive por muito tempo a lembrar de nossos momentos. Depois que as coisas ficaram claras, obtive respostas concretas. Fui buscando acertar às vezes que errei. Lembro-me bem daquela noite, não seria íntegro se não me Lembrasse. Você se esforçou tanto para que fosse inesquecível. Cada toque, palavras e gestos. Lembro-me de sua falta de jeito. Seria engraçado se não trouxesse consternação para minha vida. Falta-me o doce em minha saliva, quando me encorajo a relembrar nossos momentos. Apesar do tempo, continuo a esperar por aquele dia em que vou ver você entrando por aquela porta, trazendo uma fita cor damasco, que em meu cabelo sempre usava. O que era lembrança se tornou esperança. Ciente que é a ultima que permanece. Pergunta-me se é amor? Se não é amor, o que poderia ser? Nomeia como doença? Lembrará das horas de silêncio, mas que significava uma expressão de um imenso amor. Este é um passado, que em meu presente permanece, mas com marcas traçou minha vida.